Surina, que sincronicidade: pouco antes de ler esse teu texto, comecei a gravar áudios pra mim mesma enquanto amamentava minha filha. O assunto? minhas obsessões. Como eu gosto dessas sincronicidades da vida! Talvez até isso faça parte das minhas obsessões: gosto de conversas profundas, de filosofar e então, descobrir como estamos todos unidos numa teia invisível.
O episódio das caixas para dar cabo também me lembrou muito o que me acontece cada vez que volto ao Brasil…de pouquinho em pouquinho, as memórias vão se tornando apenas memórias e separo poucos registros ou lembranças para levar na mala.
Afinal, o que você fez com os milhares de negativos?
A minha obsessão são os caminhos intrincados que nos transformam no que somos. Não apenas escolhas, conscientes ou inconscientes, mas aquele emaranhado de trilhas geracionais, psíquicas, psicossomáticas, buscas espirituais que não sabemos bem, mas que vamos descobrino, karmas familiares, sociais, pessoais... e assim por diante. Sempre são um pouco de quem eu sou, uma faceta, um indício, mas nunca sou eu, como eu me entendo ser.
PS: a minha mãe, que como a sua gentilmente mantém meus pertences de uma vida que já passou, faz o contrário: nunca quer se livrar de nada, mesmo quando peço, ou quando vou lá pessoalmente. Dá um jeito, arruma uma desculpa, e caixas e caixas continuam a ocupar os armários dela com minhas tralhas. :)
Adorei saber mais sobre você. Você tem escrito seus próprios traços biográficos em vida. Acho isso muito importante, pois como seus autorretratos, são você e suas nuances.
Engraçado é que eu te olho e veja uma mulher judia... Remete às fotos de judias durante a Segunda Grande Guerra. Além disso, lembra também minha mãe em sua juventude (Dona Terezinha, mulher que deixou um grande legado e muitas boas lembranças!).
Suas reflexões me atingiram em cheio: sobre o quê mais gosto de escrever? Talvez seja a aventura de viver intensamente cada momento. Por isso, os contos e os poemas.
Meu sábado começou muito bem, Surina. Grande abraço!
Bom dia, Abel. Olha aí, somos todos diferentes, né? Longa vida aos seus poemas! Pois é; não é a primeira vez que dizem que tenho os traços físicos de uma mulher judia. Meu marido é judeu e todos os parentes ficam insistindo quando vêem a minha: "mas você tem certeza absoluta que não é?"
Ruinas quase oraculares nos muros das cidades = 💜. Nunca tinha pensado nisso. Taí uma personagem maravilhosa pra você - uma mulher que se guia pelos oráculos dos muros! Obrigada pela sua obsessão; me apaixonei por ela aqui
Ah, Mariana, obrigada pela leitura do 108! Como foi pra você? Estou naquela fase de autora perdida que lançou o livro no mundo e precisa muito, muito entender como ele pousou neste planeta.
Uma leitura fluída, fácil, mas não simplória, tem muita poesia no meio da narrativa e também humor, ironias. O fim especialmente é muito poético, cheio de entrelinhas e mensagens indiretas, é muito bonito em questão de estética mesmo. Mas no fim é sobre uma experiência humana única e atendeu minha curiosidade sobre como é viver num ashram, entre monges, como são estas criaturas iluminadas (são gente..). Valeu muito a pena.
Obrigada, Mariana! É muito legal ouvir esse feedback. Uma outra leitora me falou algo parecido em relação ao final - sempre achei que fosse literal demais, mas ela me disse que tinha uma carga poética forte, bem parecido com o que você está dizendo. Valeu por dividir suas impressões comigo <3
Paula, eu também quero muito te encontrar. Engraçado, né? Pelos seus textos super delicados eu nunca poderia imaginar que conversar seria a sua obsessão, mas agora que você disse já comecei a gostar mais ainda de você! A gente se vê logo, porfa 💜
Minha obsessão é comida: ir a mercado, conhecer ingredientes, cozinhar, ir a restaurantes, ler livros de receita ou memórias de gente do mundo das panelas, ler cardápios, ver filmes, séries e documentários... tudo!
acho tão legal reencontrar memórias depois de tanto tempo... pena que eu sou zero do tipo de pessoa que guarda as coisas. eu tô sempre limpando e me desfazendo do que não uso com frequência.
Curiosamente a palavra "negativos" se junta ao seu questionamento sobre minha obsessão. Acho que minha obsessão é falar sobre o que não sou, o que não quero ser, o que não quero que o mundo seja. Eu podia chamar de crítica e autocrítica, mas acho que não é exatamente isso. Acredito que é impossível apreender a realidade em sua completude, então, talvez, apreender o que as coisas não são, me ajude a entender melhor o que elas podem ser.
Surina, que sincronicidade: pouco antes de ler esse teu texto, comecei a gravar áudios pra mim mesma enquanto amamentava minha filha. O assunto? minhas obsessões. Como eu gosto dessas sincronicidades da vida! Talvez até isso faça parte das minhas obsessões: gosto de conversas profundas, de filosofar e então, descobrir como estamos todos unidos numa teia invisível.
O episódio das caixas para dar cabo também me lembrou muito o que me acontece cada vez que volto ao Brasil…de pouquinho em pouquinho, as memórias vão se tornando apenas memórias e separo poucos registros ou lembranças para levar na mala.
Afinal, o que você fez com os milhares de negativos?
Gosto do que gosto, e uma das coisas que gosto é de ser curioso, quase xereta: e a caixa de negativos, que fim levou?
(Ainda tenho alguns contatos e fotos PB que revelei quando fiz um semestre de Fotografia na faculdade de Jornalismo, mas os negativos já se foram.)
Ahahahhahaahah! Adorei a sua obsessão. A caixa de negativos se foi, tudo pro lixo, menino :)
A minha obsessão são os caminhos intrincados que nos transformam no que somos. Não apenas escolhas, conscientes ou inconscientes, mas aquele emaranhado de trilhas geracionais, psíquicas, psicossomáticas, buscas espirituais que não sabemos bem, mas que vamos descobrino, karmas familiares, sociais, pessoais... e assim por diante. Sempre são um pouco de quem eu sou, uma faceta, um indício, mas nunca sou eu, como eu me entendo ser.
PS: a minha mãe, que como a sua gentilmente mantém meus pertences de uma vida que já passou, faz o contrário: nunca quer se livrar de nada, mesmo quando peço, ou quando vou lá pessoalmente. Dá um jeito, arruma uma desculpa, e caixas e caixas continuam a ocupar os armários dela com minhas tralhas. :)
Pati querida, faz sentido mesmo, né? Sempre penso em você como uma condensação destas buscas.
Não sei se é sorte ou azar essas suas caixas que não vão embora; de qualquer modo, nós temos as mães que temos (ainda bem), não é mesmo?
Um beijo enorme, to com saudade
Um beijo e orem
Parei de lutar contra as caixas. Elas passaram a ter uma existência própria. rsrs
Também tô com saudade! Beijos e boa temporada no Brasil! Manda um beijo para a Dami!
Adorei saber mais sobre você. Você tem escrito seus próprios traços biográficos em vida. Acho isso muito importante, pois como seus autorretratos, são você e suas nuances.
Engraçado é que eu te olho e veja uma mulher judia... Remete às fotos de judias durante a Segunda Grande Guerra. Além disso, lembra também minha mãe em sua juventude (Dona Terezinha, mulher que deixou um grande legado e muitas boas lembranças!).
Suas reflexões me atingiram em cheio: sobre o quê mais gosto de escrever? Talvez seja a aventura de viver intensamente cada momento. Por isso, os contos e os poemas.
Meu sábado começou muito bem, Surina. Grande abraço!
Bom dia, Abel. Olha aí, somos todos diferentes, né? Longa vida aos seus poemas! Pois é; não é a primeira vez que dizem que tenho os traços físicos de uma mulher judia. Meu marido é judeu e todos os parentes ficam insistindo quando vêem a minha: "mas você tem certeza absoluta que não é?"
Um abraço apertado de sábado de manhã
Como seres interexistenciais, viajores da eternidade, não é impossível que tenhas aportado junto aos judeus um dia! :)
Também gosto das ruínas. E das mensagens quase oraculares nos muros das cidades. Sempre bom te ler. ❤️
Ruinas quase oraculares nos muros das cidades = 💜. Nunca tinha pensado nisso. Taí uma personagem maravilhosa pra você - uma mulher que se guia pelos oráculos dos muros! Obrigada pela sua obsessão; me apaixonei por ela aqui
Pra comentar algo: anteontem terminei de ler o 108. As vezes leio rápido demais e preciso voltar, reler.. foi o caso.
Ah, Mariana, obrigada pela leitura do 108! Como foi pra você? Estou naquela fase de autora perdida que lançou o livro no mundo e precisa muito, muito entender como ele pousou neste planeta.
Um beijo
Uma leitura fluída, fácil, mas não simplória, tem muita poesia no meio da narrativa e também humor, ironias. O fim especialmente é muito poético, cheio de entrelinhas e mensagens indiretas, é muito bonito em questão de estética mesmo. Mas no fim é sobre uma experiência humana única e atendeu minha curiosidade sobre como é viver num ashram, entre monges, como são estas criaturas iluminadas (são gente..). Valeu muito a pena.
Obrigada, Mariana! É muito legal ouvir esse feedback. Uma outra leitora me falou algo parecido em relação ao final - sempre achei que fosse literal demais, mas ela me disse que tinha uma carga poética forte, bem parecido com o que você está dizendo. Valeu por dividir suas impressões comigo <3
Minha obsessão é conversar. Talvez seja a coisa que eu mais ame, depois do silêncio. Tou ansiosa pra te ver!
Paula, eu também quero muito te encontrar. Engraçado, né? Pelos seus textos super delicados eu nunca poderia imaginar que conversar seria a sua obsessão, mas agora que você disse já comecei a gostar mais ainda de você! A gente se vê logo, porfa 💜
Minha obsessão é comida: ir a mercado, conhecer ingredientes, cozinhar, ir a restaurantes, ler livros de receita ou memórias de gente do mundo das panelas, ler cardápios, ver filmes, séries e documentários... tudo!
acho tão legal reencontrar memórias depois de tanto tempo... pena que eu sou zero do tipo de pessoa que guarda as coisas. eu tô sempre limpando e me desfazendo do que não uso com frequência.
Curiosamente a palavra "negativos" se junta ao seu questionamento sobre minha obsessão. Acho que minha obsessão é falar sobre o que não sou, o que não quero ser, o que não quero que o mundo seja. Eu podia chamar de crítica e autocrítica, mas acho que não é exatamente isso. Acredito que é impossível apreender a realidade em sua completude, então, talvez, apreender o que as coisas não são, me ajude a entender melhor o que elas podem ser.
Obrigado pelo texto!