Surina, fui vegetariana por 6 anos, mas quando engravidei senti uma vontade louca de comer rabada. Eu sempre amei rabo com agrião e angu. Já estava sendo privada de muitas coisas, daí voltei a comer carne. Hoje, com o rim cagado, a nutricionista está reduzindo proteína da minha dieta. Provavelmente terei que ser vegetariana, em breve, mas não por nobres motivos.
As pessoas gostam muito de cobrar a coerência dos outros e esquecem de si próprias.
Há mais ou menos um mês, eu, a vegetariana, comprei uma bandeja de peito de frango. Preparei com carinho… e com estranheza. Fiz na versão que eu mais gostava: estrogonofe!
Comi, estranhei tudo: o gosto, a textura… e essa nova Thay que surgiu. Minha mãe, pouco boba, no dia seguinte apareceu com um sanduíche de frango pra mim. Eu comi! Mas logo declarei: “Mãe, essa minha fase de comer carne durou dois dias… já acabou! Hahaha.”
Enfim, é muito chata essa coisa de se obrigar. Eu amo carne, mas hoje escolho não comer. Só que, juro de pé junto, não sei se isso vai ser assim para todo o sempre. Amém.
Surina querida, que gostoso ler sobre a sua jornada no vegetarianismo. Que escrevi “jornada imperfeita” e então, questionei: mas afinal, o que é perfeito? Que bom que compartilhamos essa imperfeição que é viver! Um abraço apertado <3
Obrigada, Dani. É tudo muito imperfeito, mesmo. O samsara a gente aceita, mas a natureza dele é ser mesmo zoado. Um beijo daqui do último dia de São Paulo!
Também já me culpei de abandonar coisas, até lembrar que tudo é impermanente. Ilusão é querer manter tudo igual. Mas outra coisa, além da dieta vegetariana, que você mantém com constância e talento, é essa newsletter inspiradora! Parabéns :)
Ler você sempre me traz paz. Sua voz, em forma de escrita, ilumina. É por expor-se tão humana que encanta. Poucos conseguem lidar com desistências e retomadas como você demonstra neste texto. *** Já tive três filhos vegetarianos estritos (veganos). A que iniciou, desistiu por não ter condições de cozinhar para si própria (fazendo residência médica longe do suporte da família); os dois irmãos influenciados, mais novos, resistiram como veganos por alguns anos; agora são vegetarianos de ovo&queijo e outras incursões antes proibidas. Eu, Izabel e os dois filhos mais velhos, onívoros, aderimos à onda por ser prático (os veganos cozinhavam!). Comíamos ovos, queijo e peixe; eventualmente carne branca (raramente a vermelha) em algumas ocasiões. Agora, estamos fase mais relaxada. Não se ouve mais discursos veganos, come-se de tudo. Cada um faz a sua dieta, mas a predominância é a alimentação vegetariana.
entender as nossas próprias imperfeições (e estar em paz com elas) é uma ótima maneira de viver bem, sem a pressão da culpa que nos colocamos o tempo todo. falhar aqui e acolá, escorregar em uma curva, derrapar em outra, faz parte da vida. ninguém gosta de errar (ou faz de propósito), mas ter a consciência de que cometemos erros e de que há sempre uma forma de lidar com eles nos tira um peso enorme. vale para aquele dia em que a vegetariana comeu carne e para outros tantos momentos da vida. o importante, creio eu, é não deixar que nossos erros nos definam, porque somos todos - sempre - muito maiores que eles.
Surina, fui vegetariana por 6 anos, mas quando engravidei senti uma vontade louca de comer rabada. Eu sempre amei rabo com agrião e angu. Já estava sendo privada de muitas coisas, daí voltei a comer carne. Hoje, com o rim cagado, a nutricionista está reduzindo proteína da minha dieta. Provavelmente terei que ser vegetariana, em breve, mas não por nobres motivos.
As pessoas gostam muito de cobrar a coerência dos outros e esquecem de si próprias.
Oi, Raisa. Pois é: a gente nunca sabe onde vai dar... Espero que a redução da proteína te te ajude a melhorar!
Há mais ou menos um mês, eu, a vegetariana, comprei uma bandeja de peito de frango. Preparei com carinho… e com estranheza. Fiz na versão que eu mais gostava: estrogonofe!
Comi, estranhei tudo: o gosto, a textura… e essa nova Thay que surgiu. Minha mãe, pouco boba, no dia seguinte apareceu com um sanduíche de frango pra mim. Eu comi! Mas logo declarei: “Mãe, essa minha fase de comer carne durou dois dias… já acabou! Hahaha.”
Enfim, é muito chata essa coisa de se obrigar. Eu amo carne, mas hoje escolho não comer. Só que, juro de pé junto, não sei se isso vai ser assim para todo o sempre. Amém.
Beijo, Marina!
Não é? Acaba sendo uma daquelas coisas que provam a impermanência pra gente. Um beijo e obrigada por acompanhar o Sofá!
Lindo, sensível, sincero. Como tudo que você escreve. Adoro como você dá espaço para as ambiguidades...
Obrigada, querida!
Surina querida, que gostoso ler sobre a sua jornada no vegetarianismo. Que escrevi “jornada imperfeita” e então, questionei: mas afinal, o que é perfeito? Que bom que compartilhamos essa imperfeição que é viver! Um abraço apertado <3
Obrigada, Dani. É tudo muito imperfeito, mesmo. O samsara a gente aceita, mas a natureza dele é ser mesmo zoado. Um beijo daqui do último dia de São Paulo!
Também já me culpei de abandonar coisas, até lembrar que tudo é impermanente. Ilusão é querer manter tudo igual. Mas outra coisa, além da dieta vegetariana, que você mantém com constância e talento, é essa newsletter inspiradora! Parabéns :)
Ah, querida... Obrigada. Tudo muda, mesmo. Só a transformação parece nos acompanhar - será? Um beijo
Adoro! Vamos fazer uma especial sobre comida vegana Hare Krishna? Adorei te encontrar :)
Ler você sempre me traz paz. Sua voz, em forma de escrita, ilumina. É por expor-se tão humana que encanta. Poucos conseguem lidar com desistências e retomadas como você demonstra neste texto. *** Já tive três filhos vegetarianos estritos (veganos). A que iniciou, desistiu por não ter condições de cozinhar para si própria (fazendo residência médica longe do suporte da família); os dois irmãos influenciados, mais novos, resistiram como veganos por alguns anos; agora são vegetarianos de ovo&queijo e outras incursões antes proibidas. Eu, Izabel e os dois filhos mais velhos, onívoros, aderimos à onda por ser prático (os veganos cozinhavam!). Comíamos ovos, queijo e peixe; eventualmente carne branca (raramente a vermelha) em algumas ocasiões. Agora, estamos fase mais relaxada. Não se ouve mais discursos veganos, come-se de tudo. Cada um faz a sua dieta, mas a predominância é a alimentação vegetariana.
No fim das contas, a gente sempre tem arroz, feijão, farofa e couve. Melhor comida de todas! Obrigada, Abel, e um abraço apertado
entender as nossas próprias imperfeições (e estar em paz com elas) é uma ótima maneira de viver bem, sem a pressão da culpa que nos colocamos o tempo todo. falhar aqui e acolá, escorregar em uma curva, derrapar em outra, faz parte da vida. ninguém gosta de errar (ou faz de propósito), mas ter a consciência de que cometemos erros e de que há sempre uma forma de lidar com eles nos tira um peso enorme. vale para aquele dia em que a vegetariana comeu carne e para outros tantos momentos da vida. o importante, creio eu, é não deixar que nossos erros nos definam, porque somos todos - sempre - muito maiores que eles.
Ficamos muito felizes que você gosta de ler nossa news <3
Obrigada!!!