Escrevo para poder transitar em outros mundos, para conseguir dormir à noite sem me debruçar sobre as dores d'alma que tenho. Como não escreve sobre nossos sonhos, como não olhar pelo buraco da fechadura de outros mundos. Isso me faz escrever.
também sou do time que nunca usou a inteligência artificial para escrever. não condeno a prática, mas gosto tanto de escrever, de eu mesmo escolher e combinar as palavras, que não vejo muito sentido em delegar essa função.
Escrevo para digerir. Independente do que acontece aqui dentro, em momentos de celebração ou de dor, é o que me permite elaborar vivências. É tão bonito pensar que algo tão simples quanto um papel e caneta, ou uma página em branco do word, podem servir de suporte para tecer uma revolução com as letras. Obrigada por compartilhar parte do seu processo conosco ♥️
Nada como a maravilhosa página em branca para os nossos não-nobres sentimentos. Ela nunca julga. Pensando bem, acho que preciso aprender com ela :) Um beijo e obrigada por dividir um cantinho deste Sofá comigo.
Escrevo, pois escrever me da prazer. E porque é impossível evitar. E dizem que é o sol em gêmeos, mas pensar em vidas paralelas é tipo um hobby por aqui (aliás, meu sonho de consumo era poder experimentar na vida real o roteiro de tudo em todo lugar ao mesmo tempo). Bom retiro, Surina! E já quero saber mais sobre o curso!
Não acho que você é a última - ou será a última - a conscientemente ignorar os gpts (conte comigo). Lembrei de Cérebro Eletrônico do Gil. E animado para esse curso, espero conseguir fazer. Abraços imigrantes de Bath, UK.
Nossa, obrigada por me lembrar do Cérebro Eletrônico do Gil. Quanto mais o tempo passa, mais a gente percebe o quão gênio ele sempre foi, não é? Abraços imigrantes e do dharma de volta, daqui do retiro em Monchique (lindo, aliás!)
Eu também nunca usei a inteligência artificial. Sou tão anacrônica que nem sei como poderia fazer isso. Escrever é descobrir o que eu já sabia, mas não sabia que sabia.
Escrevo para continuar existindo. Adorei seu texto! Ontem uma amiga, que passou a vida trabalhando no audiovisual, me contou que está fazendo um curso para ser florista de eventos, pois se sente sendo engolida pela IA no mercado em que sempre atuou. Bom retiro! E quero fazer sua oficina. ♥️😘
Ai, quero conhecer sua amiga... Acho que eu posso virar jardineira se a profissão de escritora for extinta - e você? Pra mim você viraria bailarina de dança contemporânea, Lalai!
Escrevo para ser, ao mesmo tempo, autora e protagonista da minha própria história. Enunciar as experiências me faz sentir parte do experimento, e não só produto dos fatores.
Surina, você é praticante budista do vajrayana? Eu me identifiquei forte com teu desejo de ser uma monja budista desprendida dos bens materiais. E abri um sorriso ao saber que você está em retiro. É uma vontade grande que tenho aqui <3
Fiquei feliz de encontrar uma budista também por aqui, no Substack :)
Eu confesso que tenho sido evitativa em relação à escrita: acho que tenho receio de ver o que vai sair dali. Faço terapia, mas na escrita não há o psicanalista. Estou sozinha com os sentimentos. Mas tô escrevendo, e devagarinho creio que perco esse medo.
E eu confesso que não consigo usar a IA para escrever, também. Eu sinto que eu perco muito do sentimento e das vísceras do texto. Então, tô com você nesse clube da escrita analógica :)
Oi, Lari - sim senhora, caminhamos juntos no vajrayana! Que alegria (e que medo!) saber que você também me lê com os olhos do Dharma... Espero que eu não esteja falando bobagem - se tiver, você me avisa? Um beijo e espero que a gente se cruze na escrita e nos retiros e ensinamentos. Eu recentemente estive no Khadro Ling, lá em Três Coroas, e me apaixonei completamente.
Oi, Suu, não fique. 🧡 Tô nessa jornada pra ter um olhar compassivo. Se eu julgar, pode ter certeza de que não tô praticando o Darma. Estamos nesse samsara juntas, e tentando reconhecer a natureza búdica que está aqui 🥹
Puxa, tenho muita vontade de ir ao Khadro Ling. Sinto uma forte conexão com os ensinamentos do Chagdud.
Vai ter retiro do Lama Padma Samten em julho :) Lá em Viamão.
Essa semana eu fui ao Maracanã e no pré-jogo tirei uma foto com um cara vestido de Minion que estava andando pela Tijuca. Ontem postei aqui uma crônica relatando isso e outras coisinhas a mais. O dia em que a IA tirar uma foto com um Minion após pegar chuva entre um jogo de vôlei e um de futebol do Fluminense, ela pode escrever sobre isso também.
escrevo para ver (literalmente o nome da minha newsletter), escrevo para me ver e tentar ver o mundo através dos olhos das palavras escritas. acredito que seja o que o meu terceiro olho tenta me mostrar cada vez mais, a escrita como um caminho para enxergar. amo seus textos!!!
Há trechos nessa edição do Sofá que me pareceram escritos por IA.
Eu não sou escritora, sou leitora. Ao me deparar com escritos de várias pessoas, publicados com erros simples, como se tivessem escapado de uma revisão, me perguntei o que estaria acontecendo. Não pode ser coincidência. A hipótese mais provável é que foram escritos por IA. Por favor, não entenda como crítica. Ainda estou chocada com o impacto que isso tem sobre ser leitora. Boa semana!
Oi, Rosely. Obrigada pela sua mensagem e perspectiva - nunca tinha pensado sobre a relação IA/escrita a partir da posição do leitor. De fato: é possível que, à medida que a IA se popularize, passemos a presumir que os textos foram escritos com a assistência da tecnologia. Leremos nesta chave, quem sabe? Assumindo como ponto de partida a relação mais íntima com um autor-máquina?
Por aqui ainda somos 100% na criação... No Sofá os textos são gratuitos e com periodicidade semanal. Dá bastante trabalho construi-los e não tenho uma equipe para revisá-los, então sempre passa um erro de digitacão ou concordância. Acaba sendo uma escolha dentro do que é possível: a alternativa seria fazer paywall ou diminuir drasticamente a periodicidade para ganhar tempo de revisão... Um beijo e boa semana pra você também.
Escrevo para revelar as minhas e outras infâncias, que se renovam e se transmutam para nos sustentar no mundo insano e suas difíceis travessias.
Ao final do dia, queremos sempre dormir sob a segurança de algum refúgio, que precisa existir como oásis, campo de semeadura, oficina de sentimento, escola de permanentes, novas e imprevistas lições... É a partir dele que finalizamos a revisão antes de enviar o que queremos dizer!
A curiosidade e a vontade de (re)ver o mundo a todo instante vem da convivência com a memória, com as pessoas ao redor, a partir do que leio e sinto e realizo cotidianamente.
Escrever é fazer aposta, pois não temos qualquer certeza se seremos (e quando) lidos. Estar disponível, no entanto, para as trocas que a escrita suscita é situação a se resolver. Expor-se traz o dever de cuidar da relação com os leitores.
Escrever é também resolver-se, mesmo que parcialmente, em face dos dilemas, crises, instabilidades que nos atordoam.
Tenho aprendido, por fim, que participar de uma comunidade acolhedora como o Substack, é estar disponível à convivência no modo troca, convivência, ajuda mútua.
É sempre bom ler o que você escreve com as "penas embebidas no sagrado líquido do coração"! :)
Escrevo para poder transitar em outros mundos, para conseguir dormir à noite sem me debruçar sobre as dores d'alma que tenho. Como não escreve sobre nossos sonhos, como não olhar pelo buraco da fechadura de outros mundos. Isso me faz escrever.
Escrita como esvaziamento, então... Lindo. Obrigada por dividir comigo e um beijo
também sou do time que nunca usou a inteligência artificial para escrever. não condeno a prática, mas gosto tanto de escrever, de eu mesmo escolher e combinar as palavras, que não vejo muito sentido em delegar essa função.
Time dos anacrônicos - aí vamos nós!
Escrevo para digerir. Independente do que acontece aqui dentro, em momentos de celebração ou de dor, é o que me permite elaborar vivências. É tão bonito pensar que algo tão simples quanto um papel e caneta, ou uma página em branco do word, podem servir de suporte para tecer uma revolução com as letras. Obrigada por compartilhar parte do seu processo conosco ♥️
Elaborar vivências <3
Escrevo para lidar com meus medos e com aqueles sentimentos que não são tão nobres haha
A escrita me salva, assim como a música e o movimento 💖
Nada como a maravilhosa página em branca para os nossos não-nobres sentimentos. Ela nunca julga. Pensando bem, acho que preciso aprender com ela :) Um beijo e obrigada por dividir um cantinho deste Sofá comigo.
Adorei o nome do curso! Vai ser um sucesso 💜
Agradeço a ajuda ao Carga viva tb
E sobre AIs, melhor seguir escrevendo bonito ☺️
Obrigada, Ana querida! Não vejo a hora de ler o Carga Viva.
Escrevo, pois escrever me da prazer. E porque é impossível evitar. E dizem que é o sol em gêmeos, mas pensar em vidas paralelas é tipo um hobby por aqui (aliás, meu sonho de consumo era poder experimentar na vida real o roteiro de tudo em todo lugar ao mesmo tempo). Bom retiro, Surina! E já quero saber mais sobre o curso!
Ah, o prazer... Nada melhor que escrever porque é bom. Obrigada pelos votos de bom retiro; tô mesmo muito feliz por aqui. Um beijo
Não acho que você é a última - ou será a última - a conscientemente ignorar os gpts (conte comigo). Lembrei de Cérebro Eletrônico do Gil. E animado para esse curso, espero conseguir fazer. Abraços imigrantes de Bath, UK.
Nossa, obrigada por me lembrar do Cérebro Eletrônico do Gil. Quanto mais o tempo passa, mais a gente percebe o quão gênio ele sempre foi, não é? Abraços imigrantes e do dharma de volta, daqui do retiro em Monchique (lindo, aliás!)
Eu também nunca usei a inteligência artificial. Sou tão anacrônica que nem sei como poderia fazer isso. Escrever é descobrir o que eu já sabia, mas não sabia que sabia.
Adorei este "escrever é descobrir o que eu já sabia, mas não sabia que sabia" :)
Escrevo para continuar existindo. Adorei seu texto! Ontem uma amiga, que passou a vida trabalhando no audiovisual, me contou que está fazendo um curso para ser florista de eventos, pois se sente sendo engolida pela IA no mercado em que sempre atuou. Bom retiro! E quero fazer sua oficina. ♥️😘
Ai, quero conhecer sua amiga... Acho que eu posso virar jardineira se a profissão de escritora for extinta - e você? Pra mim você viraria bailarina de dança contemporânea, Lalai!
Adorei! Atualmente quero ser cozinheira (mas amaria ser dançarina também).
Escrevo para ser, ao mesmo tempo, autora e protagonista da minha própria história. Enunciar as experiências me faz sentir parte do experimento, e não só produto dos fatores.
Ali naquele lugar onde viramos agentes de nós mesmas <3
Que oficina mais linda, quero muito fazer. Esse terceiro olho da nossa projeção, quem nunca né. Um ótimo retiro. Bjs
<3
Surina, você é praticante budista do vajrayana? Eu me identifiquei forte com teu desejo de ser uma monja budista desprendida dos bens materiais. E abri um sorriso ao saber que você está em retiro. É uma vontade grande que tenho aqui <3
Fiquei feliz de encontrar uma budista também por aqui, no Substack :)
Eu confesso que tenho sido evitativa em relação à escrita: acho que tenho receio de ver o que vai sair dali. Faço terapia, mas na escrita não há o psicanalista. Estou sozinha com os sentimentos. Mas tô escrevendo, e devagarinho creio que perco esse medo.
E eu confesso que não consigo usar a IA para escrever, também. Eu sinto que eu perco muito do sentimento e das vísceras do texto. Então, tô com você nesse clube da escrita analógica :)
Oi, Lari - sim senhora, caminhamos juntos no vajrayana! Que alegria (e que medo!) saber que você também me lê com os olhos do Dharma... Espero que eu não esteja falando bobagem - se tiver, você me avisa? Um beijo e espero que a gente se cruze na escrita e nos retiros e ensinamentos. Eu recentemente estive no Khadro Ling, lá em Três Coroas, e me apaixonei completamente.
Oi, Suu, não fique. 🧡 Tô nessa jornada pra ter um olhar compassivo. Se eu julgar, pode ter certeza de que não tô praticando o Darma. Estamos nesse samsara juntas, e tentando reconhecer a natureza búdica que está aqui 🥹
Puxa, tenho muita vontade de ir ao Khadro Ling. Sinto uma forte conexão com os ensinamentos do Chagdud.
Vai ter retiro do Lama Padma Samten em julho :) Lá em Viamão.
Essa semana eu fui ao Maracanã e no pré-jogo tirei uma foto com um cara vestido de Minion que estava andando pela Tijuca. Ontem postei aqui uma crônica relatando isso e outras coisinhas a mais. O dia em que a IA tirar uma foto com um Minion após pegar chuva entre um jogo de vôlei e um de futebol do Fluminense, ela pode escrever sobre isso também.
Paz, Surina! Obrigado pelo texto.
Tem coisas que nenhuma IA pode fazer!
escrevo para ver (literalmente o nome da minha newsletter), escrevo para me ver e tentar ver o mundo através dos olhos das palavras escritas. acredito que seja o que o meu terceiro olho tenta me mostrar cada vez mais, a escrita como um caminho para enxergar. amo seus textos!!!
Oi, Ana - obrigada por esta imagem poderosa da escrita como espelho de si e do que está diante dos olhos. Ficou aqui comigo... Um beijo
Há trechos nessa edição do Sofá que me pareceram escritos por IA.
Eu não sou escritora, sou leitora. Ao me deparar com escritos de várias pessoas, publicados com erros simples, como se tivessem escapado de uma revisão, me perguntei o que estaria acontecendo. Não pode ser coincidência. A hipótese mais provável é que foram escritos por IA. Por favor, não entenda como crítica. Ainda estou chocada com o impacto que isso tem sobre ser leitora. Boa semana!
Oi, Rosely. Obrigada pela sua mensagem e perspectiva - nunca tinha pensado sobre a relação IA/escrita a partir da posição do leitor. De fato: é possível que, à medida que a IA se popularize, passemos a presumir que os textos foram escritos com a assistência da tecnologia. Leremos nesta chave, quem sabe? Assumindo como ponto de partida a relação mais íntima com um autor-máquina?
Por aqui ainda somos 100% na criação... No Sofá os textos são gratuitos e com periodicidade semanal. Dá bastante trabalho construi-los e não tenho uma equipe para revisá-los, então sempre passa um erro de digitacão ou concordância. Acaba sendo uma escolha dentro do que é possível: a alternativa seria fazer paywall ou diminuir drasticamente a periodicidade para ganhar tempo de revisão... Um beijo e boa semana pra você também.
Escrevo para revelar as minhas e outras infâncias, que se renovam e se transmutam para nos sustentar no mundo insano e suas difíceis travessias.
Ao final do dia, queremos sempre dormir sob a segurança de algum refúgio, que precisa existir como oásis, campo de semeadura, oficina de sentimento, escola de permanentes, novas e imprevistas lições... É a partir dele que finalizamos a revisão antes de enviar o que queremos dizer!
A curiosidade e a vontade de (re)ver o mundo a todo instante vem da convivência com a memória, com as pessoas ao redor, a partir do que leio e sinto e realizo cotidianamente.
Escrever é fazer aposta, pois não temos qualquer certeza se seremos (e quando) lidos. Estar disponível, no entanto, para as trocas que a escrita suscita é situação a se resolver. Expor-se traz o dever de cuidar da relação com os leitores.
Escrever é também resolver-se, mesmo que parcialmente, em face dos dilemas, crises, instabilidades que nos atordoam.
Tenho aprendido, por fim, que participar de uma comunidade acolhedora como o Substack, é estar disponível à convivência no modo troca, convivência, ajuda mútua.
É sempre bom ler o que você escreve com as "penas embebidas no sagrado líquido do coração"! :)